Prefeitura Municipal de Francisco Beltrão
27 de junho de 2015
Da assessoria
Grande parte da propriedade de quatro alqueires da família Strapazzon, na comunidade de Divisor, é ocupada por potreiros e plantações de aveia. A paisagem sugere que esta é uma entre as mais de duas mil propriedades rurais de Francisco Beltrão que tem na produção leiteira uma alternativa de renda.
Com uma produção mensal de 9 mil litros, a dedicação da família à profissionalização da atividade reflete uma realidade cada vez mais frequente no meio rural. Há quatro anos, Eder, o filho do casal Strapazzon, deixou o Exército e voltou para a propriedade dos pais para se dedicar a produção leiteira. De lá para cá, investiu tempo e conhecimento em genética para aprimorar o plantel, melhorar a qualidade das pastagens e alimentação e, aos poucos, comprou novos equipamentos que aumentaram a capacidade de produção. O resultado: a produtividade do rebanho mais do que dobrou no período, passando de 11 para 24 litros por animal/dia.
A estruturação da propriedade certamente ajudou Francisco Beltrão a se tornar o maior produtor de leite do Sudoeste. Dados divulgados nesta semana pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) colocam o município na liderança regional da produção leiteira, com 70 milhões de litros em 2014.
A produção total do Sudoeste chegou a 1,164 bilhão de litros no ano, o que corresponde a uma produção diária de 3,1 milhões de litros e um aumento de 1,6% em relação a 2013.
O relatório também apresenta a produção leiteira detalhada dos outros 41 municípios da região, com Chopinzinho em segundo com 68,6 milhões de litros, seguido de São João (47,7 mi), Coronel Vivida (46,3 mi) e Dois vizinhos (46 mi).
Apoio público fomenta produtores
Em Francisco Beltrão, o incentivo governamental está sendo um dos indutores do aumento da produção leiteira do município. Somente nos dois últimos anos, a Prefeitura fortaleceu projetos de orientação técnica e controle leiteiro, melhorou o Programa de Inseminação Artificial (Pia) e subsidiou exames de brucelose e tuberculose para mais de 50 mil animais.
“Após a criação do Leite + Vida no Campo, um programa específico para a cadeia leiteira, passamos a dar um novo enfoque às ações de incentivo a produtores, com a atuação do governo municipal em várias frentes, desde a sanidade e nutrição até a participação de eventos que destacam a qualidade do nosso rebanho”, explica a secretária de Desenvolvimento Rural, Daniela Celuppi.
Para o dr. Claudio Aragon, diretor técnico de raças leiteiras da Semex do Brasil, o trabalho desenvolvido em Beltrão serve de exemplo a municípios pelo alto potencial produtivo. “No segmento agropecuário, Francisco Beltrão tem uma atuação exemplar a outros municípios, investindo e incentivando desde o melhoramento genético do rebanho até a profissionalização dos produtores”, afirma.
Mercado oscila
Em um mercado com a volatilidade do leite – que no ano passado caiu à casa dos R$0,90 o litro e agora está recuperando o preço – o produtor Eder Strapazzon dá a tônica para enfrentar os tempos mais difíceis sem inviabilizar a atividade. “Tem épocas boas e ruins, o bom é não se emocionar muito e investir aos poucos, um passo de cada vez”, recomenda.
Acessibilidade