Prefeitura Municipal de Francisco Beltrão
14 de abril de 2015
Da assessoria
Empresários debateram com o MP, Prefeitura e Câmara a necessidade de compartilhamento da ciclofaixa; espaço, no entanto, continuará exclusivo para ciclistas
A Prefeitura de Francisco Beltrão irá buscar uma alternativa para conciliar o estacionamento de veículos na rua Curitiba sem prejudicar a ciclofaixa, que a partir desta semana é exclusiva para ciclistas. A decisão é fruto de um encontro comandado pelo vereador Alfonso Breuzamarello com comerciantes que se dizem prejudicados pela medida e que pedem a volta do compartilhamento do espaço, realizado nesta terça-feira (14).
No entanto, o prefeito Antonio Cantelmo Neto e o promotor do Ministério Público Estadual Roberto Tognon Jr, asseguraram que o processo não terá retrocesso. “A ciclofaixa está implantada, garante segurança aos ciclistas, estimula o uso de meios alternativos de transporte e não podemos voltar atrás até por uma questão de cumprimento legal, porém estamos dispostos a estudar e ver se há uma maneira de compatibilizar espaço para o estacionamento sem mexer na via exclusiva dos ciclistas”, afirmou o prefeito Cantelmo Neto.
Agora, os estudos serão feitos pela Secretaria de Planejamento e dentre as sugestões iniciais estão alterações na pista de rolamento para contemplar a criação de acostamento sem interferir na ciclofaixa.
“Falta de estacionamento desencoraja clientes”
Inaugurada em fevereiro do ano passado, a ciclofaixa vinha sendo usada nos últimos 14 meses como um espaço compartilhado entre veículos e bicicletas, com permissão de estacionamento em horário comercial, a partir de uma regulamentação municipal.
A alegação dos empresários é de que a proibição de estacionamento em um dos lados da via irá prejudicar o movimento nos estabelecimentos. “A falta de ter onde estacionar desencoraja os clientes”, afirmou a empresária Helena Gaglioto, que há mais de 50 possui comércio na rua Curitiba.
Primeiro passo
Para o promotor Roberto Tognon Jr, a exclusividade da ciclofaixa é irrevogável e deve ser encarada como o início de um processo de melhoria da mobilidade urbana. “Por mais traumática que seja, a implantação da ciclofaixa é necessária e precisa ser respeitada porque é o primeiro passo para criarmos uma cidade com meios alternativos de transporte, algo que hoje, na Europa, por exemplo, já está consolidado”, disse.
Citando como exemplo a política de acessibilidade para cadeirantes em calçadas, o promotor ainda defendeu que as decisões do poder público nem sempre devem ser tomadas considerando o princípio da quantidade de pessoas beneficiadas, mas sob a ótica da proteção de direitos e liberdades de grupos específicos que nem sempre são a maioria.
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