Água distribuída no interior está sendo analisada pela Funasa

26 de março de 2014

Da assessoria

As biólogas Raphaela França e Carla Grellmann, da Funasa, recolhem amostra de água na Secção Jacaré

As biólogas Raphaela França e Carla Grellmann, da Funasa, recolhem amostra de água na Secção Jacaré

Mais de 40 comunidades do interior de Francisco Beltrão receberão até a próxima semana a visita de representantes da Funasa, a Fundação Nacional de Saúde.  Duas biólogas do setor de Saúde Ambiental da instituição estão percorrendo localidades com poços artesianos para analisar a qualidade da água que abastece a grande maioria dos moradores do interior.

O trabalho faz parte de um projeto elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural e encaminhado à Funasa que visa construir as chamadas casas de química nos poços comunitários, o que obrigaria o tratamento da água antes de sua distribuição e a tornaria potável. “As pessoas tem uma ideia de que a água do interior é melhor, mas temos informações de que, ao contrário, é uma água que também precisa ser tratada para não colocar a vida de quem as consome em risco”, afirma a secretária Daniela Celuppi.

Uma pesquisa realizada recentemente nas localidades do município analisou 100 amostras de poços comunitários e constatou: apenas 9% da água consumida no interior é tratada com cloro. Dado ainda mais relevante evidenciado no estudo da inspetora sanitária Dalva Colling foi o de que 60 amostras continham cloriformes fecais e 12 estavam infectadas com a bactéria Escherichia coli, que pode causar intoxicações, infecções e gastroenterite.

A coleta das amostras pelas biólogas da Funasa inicia logo cedo, com a visita a diferentes comunidades e fases do processo de captação e distribuição, em que também é medido o PH (potencial de hidrogênio) da água. Na parte da tarde, o trabalho é em um laboratório móvel que está em Beltrão, onde as amostras são submetidas a uma análise físico química, que pode revelar, por exemplo, a presença de bactérias.

Todas as análises servirão para mostrar a realidade sanitária dos poços comunitários e, segundo a bióloga Raphaela França, subsidiarão as informações para o projeto da Prefeitura. “A partir destes resultados, será possível saber se há contaminação ou não e se a água é, de fato, própria para o consumo, o que auxiliará a execução do projeto para a construção das casas de química e consequente tratamento adequado da água que é distribuída no interior”, diz.

O projeto, segundo a Prefeitura, prevê recursos federais na ordem de R$ 1,5 milhão para a adequação dos poços já existentes e perfuração de novos em algumas comunidades.




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